A CULTURA EPISTEMOLÓGICA CONTEMPORÂNEA NO ENSINO SUPERIOR: caminhos e possibilidades à construção do saber pela música na prática docente.

Escrevo essas linhas buscando fugir um pouco da rispidez acadêmica procurando para tanto engendrar um papo diletante em torno de uma temática tão relevante nesse limiar de século que é o Ensino Superior oferecido pela Universidade Pública, especialmente. Iniciarmos nosso sciolus disputatio abordando tais questões por blocos (por assim dizer) especialmente para o blog Papo Diletante. A cada semana publicarei parte de meus estudos que, espero, possa ajudar ao leitor na busca do conhecimento científico e de proposições de novos métodos e técnicas de investigação científica. Adianto, desde já, que umas dessas técnicas, por tanto a primeira, será a música, na qual aprofundaremos os estudos nas próximas semanas. Boa leitura pessoal! – Saulo Augusto de Moraes.
Desde Platão, a epistemologia busca explicar o mundo natural e social. Com o tempo foi se cercando por métodos específicos a fim de avaliar ‘objetivamente’ a natureza (e a validade) do conhecimento científico. Historicamente os conceitos atribuídos á epistemologia são tantos quanto são os nomes que se dedicaram ao seu estudo, contudo é com o advento do Renascimento que se inicia o processo de sua delimitação, sua sistematização, sua compartimentação e proselitismo (Ver: Max Weber)em seguir o novo paradigma que já sufocava os últimos suspiros feudais: o capitalismo. No cenário científico/filosófico desse período surgem as figuras de Roger Bacon (1214-1294), Francis Bacon (1561-1626), René Descartes (1596-1650) e Augusto Comte (1798-1857) e um após outro foi ‘aperfeiçoando’ os métodos científicos, ditando à epistemologia qual senda trilhar para se alcançar o conhecimento genuíno. Por hora basta dizer que esses filósofos/cientistas publicaram vasta obra acerca de suas idéias, inaugurando a perspectiva epistemológica empirista e a racionalista, inspirando muitos outros até nossos dias. Não há consenso, mas muitos epistemólogos atuais argumentam (e aceitam) que há muitas formas de se chegar ao conhecimento cientifico. Que a aquisição e construção do saber (político, cultural, ético, valorativo) ocorrem por meios diversos e pela influencia cultural. Não há uma receita única, ou mesmo condição, para se chegar ao conhecimento objetivo genuíno dado que o método científico contemporâneo já não nega o relativismo e a importância subjetiva na pesquisa. A investigação pretendida aqui é analisar de forma mais profícua algumas categorias epistemológicas como: a epistemologia enquanto ramo da filosofia, considerando Peirce, Husserl, Cassirer entre outros; Epistemologia como atividade emergente da própria atividade científica, considerando Einstein, Heinsenberg, Monod, Bohr entre outros; epistemologia como disciplina autônoma, considerando Bachelard, Popper, Kuhn, Lakatos entre outros. O objetivo dessa pesquisa é analisar as bases conceituais epistemológicas em que se assenta o currículo formal contemporâneo do Ensino Superior para que possamos investigar outras formas de se chegar ao conhecimento científico, ou seja, outras práticas pedagógicas que não somente as consagradas pelo paradigma epistemológico tradicional. Na epistemologia contemporânea buscaremos o seu problema analítico, o problema da demarcação, o problema do método, o problema do ceticismo e o problema do valor para podermos adentrar na discussão do método científico. Nessa perspectiva buscaremos verificar a lógica do ensino formal contemporâneo analisando dois conceitos: o conhecimento científico – entendendo por conhecimento científico aquele que não tem que ter, necessariamente, uma função social; o conhecimento técnico-científico – ou teórico-prático (profissão de mercado) - e a aquisição dos saberes historicamente construídos voltado para a construção de novos saberes com vistas a superar os problemas e dilemas humanos, através da educação. Com o desenvolvimento desta investigação pretendemos verificar o conceito de educação (formal) atualmente compreendido. Como ponto de partida, nos posicionaremos a favor do discurso que a educação é antes de tudo acontecimento cultural, posto que historicamente é prática social. Este posicionamento se dá com base em outras pesquisas científicas que realizamos das quais os dados coletados apontaram para uma educação básica pragmática e utilitarista com sintomas de globalização voltada aos interesses mercadológicos. ..... até a próxima semana pessoal!
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